sábado, 14 de janeiro de 2012

O Gótico e o Românico

Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, sistema de produção feudal, sociedade hierarquizada e pela supremacia da Igreja Católica. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média, além de influenciar e supervisionar as artes produzidas na época. Ela também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos.

É neste período que a arquitetura voltada para a construção de igrejas ascende e surge o estilo românico e gótico. A seguir falaremos mais sobre eles e suas diferenças.

                                                                Românico

O termo "Românico" é uma referência às influências que as construções sofreram da cultura do Império Romano. Os monges beneditinos foram os primeiros a propor em suas construções as formas originais do românico. Surge assim uma arquitetura abobadada, de paredes sólidas e colunas terminadas em capitéis cúbicos. Os castelos seguiram um estilo voltado para o aspecto de defesa. As paredes eram grossas e existiam poucas e pequenas janelas. Tanto as igrejas como os castelos passavam uma ideia de construções “pesadas”, voltadas para a defesa. As igrejas deveriam ser fortes e resistentes para barrarem a entrada das “forças do mal”, enquanto os castelos deveriam proteger as pessoas dos ataques inimigos durante as guerras.
As igrejas serão as maiores até então, e para que isso seja possível haverá uma evolução dos métodos construtivos e dos materiais. A pedra será empregada na construção e o telhado de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta, mais condizentes com uma igreja que representa a fortaleza de Deus.
A escultura românica esta diretamente associada à arquitetura, as estátuas-colunas, e que se desenvolve nos relevos de pórticos e arcadas. As esculturas possuíam um caráter simbólico e antinaturalista. Não havia a preocupação com a representação fiel dos seres e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, tudo era confuso e simbólico, representando muitas vezes coisas não terrenas, mas sim provenientes da imaginação.
A pintura não se destacou tanto quanto a arquitetura nesse período. Em alguns casos, as cúpulas das igrejas possuíam pinturas murais de desenho cujos temas mais frequentes abordavam cenas retiradas do Antigo e do Novo Testamento e da vida de santos e mártires, repletas de sugestões de exemplos edificantes. Os principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapearias. A pintura parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da arquitetura, como se pode deduzir, tendo somente a função didática. Em um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo.

 
Gótico

Desenvolveu-se na Europa, principalmente na França, durante a Baixa Idade Média. Enquanto a Arte Românica tem um caráter religioso tomando os mosteiros como referência, a Arte Gótica reflete o desenvolvimento das cidades. A construção de uma Catedral passou a representar a grandeza da localidade, onde os recursos eram obtidos das mais variadas formas, normalmente fruto das contribuições dos fiéis, tanto membros da burguesia com das camadas populares; normalmente as obras duravam algumas décadas, algumas mais de século. Porém deve-se entender o desenvolvimento da época ainda preso à religiosidade, que nesse período se transforma com a escolástica, contribuindo para o desenvolvimento racional das ciências, tendo Deus como elemento supremo. Dessa maneira percebe uma renovação das formas, caracterizada pela verticalidade e por maior exatidão em seus traços, porém com o objetivo de expressar a harmonia divina.

As construções (igrejas, mosteiros, castelos e catedrais) seguiram, no geral, algumas características em comum. O formato horizontal foi substituído pelo vertical, opção que fazia com que a construção estivesse mais próxima do céu. Apoiava-se nos princípios de um forte simbolismo teológico, fruto do mais puro pensamento escolástico: as paredes eram a base espiritual da Igreja, os pilares representavam os santos, e os arcos e os nervos eram o caminho para Deus. Além disso, nos vitrais pintados e decorados se ensinava ao povo, por meio da mágica luminosidade de suas cores, as histórias e relatos contidos nas Sagradas Escrituras. Os detalhes e elementos decorativos também foram muitos usados. As paredes passaram a ser mais finas e de aspecto leve. As janelas apareciam em grande quantidade. As torres eram em formato de pirâmides. Os arcos de volta-quebrada e ogivas foram também recursos arquitetônicos utilizados.

A escultura gótica desenvolveu-se paralelamente à arquitetura das Igrejas e está presente nas fachadas, tímpanos e portais das catedrais, que foram o espaço ideal para sua realização. Os escultores buscavam dar um aspecto real e humano às figuras retratadas (anjos, santos e personagens bíblicos).

A princípio, as estátuas eram alongadas e não possuíam qualquer movimento, com um acentuado predomínio da verticalidade, o que praticamente as fazia desaparecer. A rejeição à frontalidade é considerado um aspecto inovador e a rotação das figuras passa a idéia de movimento, quebrando o rigorismo formal.

No tocante à pintura, podemos destacar as iluminuras, os vitrais, painéis e afrescos. Sua principal particularidade foi a procura do realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste. A presença da figura humana extremamente estilizada, o plano bidimensional são as principais características do estilo.

Resumo elaborado por Camila André

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