segunda-feira, 30 de setembro de 2013

videos para conhecer mais sobre o Gótico

Um bom vídeo !
https://www.youtube.com/watch?v=GE2RduIJpvE

indicação do prof. Pedro Calvente


https://www.youtube.com/watch?v=h-sWzJNGiRg&feature=share

Publicado em 28/12/2012
Sinopse:
Catedrais góticas: estes arranha-céus de pedra dominaram o horizonte por quase mil anos. Sua arquitetura revolucionária permitiu que os construtores erguessem paredes quase totalmente de vidro e que suportam tetos de pedras de muitas toneladas. Como, sem o auxílio de ferramentas e tecnologia modernas, os construtores medievais ergueram as catedrais góticas? Agora, uma equipe de especialistas investiga como elas foram construídas e por que algumas das catedrais mais altas despencaram. A equipe também desvenda um código matemático secreto, extraído das páginas da Bíblia, que era utilizado como projeto para a construção das grandes catedrais góticas.


http://www.youtube.com/watch?v=GE2RduIJpvE

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

EXTRA - O ENSINO DA ARTE NO BRASIL

A história do ensino da Arte no Brasil iniciou-se no período correspondente ao estilo Barroco–Jesuítico – 1549 a 1808 - quando, devido às condições próprias da Colônia, esse estilo de características européias adaptou–se às peculiaridades locais. Tal fato originou um tipo de arte com características próprias: o Barroco brasileiro.

A inexistência de escolas de Arte direcionou um processo de aprendizagem artístico vinculado às oficinas dos artesãos, às ruas e às instituições religiosas. Foi um período bastante produtivo que contribuiu para a formação de uma arte nacional popular, na qual se destacava o processo informal, que não fazia distinção entre música erudita e música popular.

Em 1808, a vinda da família real para o Brasil, decorrente de questões políticas instauradas na Europa, fez surgir na Colônia, pela imposição dos padrões artísticos vinculados ao Neoclassiscismo, um novo panorama artístico-cultural. O estilo neoclássico, apropriado tardiamente da Europa, foi incorporado ao Brasil pelo decreto de 1816, instituído por D. João VI. Coube à missão Artística Francesa administrar a Academia Real de Arte e Ofícios e, por meio desta, divulgar a proposta neoclássica. A imposição do modo de produção acadêmico e elitista provocou um distanciamento entre a arte e o povo. As artes plásticas ganharam um contorno neoclássico sendo destinadas à elite brasileira.

A música, que era muito apreciada pela família real, cujos membros dominavam pelo menos um instrumento musical, recebeu grande incentivo no período. Em 1841, foi criado o Conservatório de Música do Rio de Janeiro. A criação do Conservatório originou a Escola de Música da Universidade Federal e, em conseqüência disso, oficializou–se o ensino de música no Brasil. Na mesma época, o ator João Caetano publicou o primeiro manual para a formação de atores, introduzindo, assim, a discussão sobre a necessidade da criação de alternativas para o ensino das técnicas teatrais. Em decorrência das idéias advindas do neoliberalismo americano e do positivismo francês no final do séc.XIX, o ensino da Arte no Brasil passou a ser visto como a possibilidade de preparação para a indústria. Com isso, o desenvolvimento econômico resultante da Revolução Industrial e a abolição da escravatura provocaram uma acentuada valorização do trabalho manual, em detrimento das Belas Artes.

Em 1890, visando ao desenvolvimento da racionalidade, introduziu–se o ensino do desenho geométrico, objetivando a atender aos interesses positivistas. O início do séc.XX foi marcado, por um lado, pelas influências liberais, que entendiam o ensino do desenho como linguagem técnica e por outro, pelo positivismo, que o entendia como preparo para a linguagem científica. A partir de 1920, foram introduzidas idéias e técnicas pedagógicas americanas: a criança era vista como pessoa com características próprias, necessitando, assim, de investigações acerca de suas potencialidades orgânicas e funcionais antes de se definirem objetivos e métodos pedagógicos. Com a Semana da Arte Moderna de 1922, surgiu um novo momento para o ensino de Arte no Brasil.

Informações sobre os movimentos de arte moderna como Fauvismo, Expressionismo, entre outros, tiveram forte influência na arte local, motivando um novo olhar para a produção artística infantil. Esses novos olhares originaram–se, essencialmente, em Anita Malfatti e em Mário de Andrade, inspirados pelo austríaco Franz Cisek. A postura pedagógica era a da livre expressão, isto é, deixar fazer livremente, dando grande ênfase ao espontaneísmo infantil. Porém, para Mário de Andrade, essa liberdade de criação deveria ser portadora de originalidade e de significação para a criança. A década iniciada em 1930 viveu o ideário da Escola Nova, influenciado por Dewey, Decroly e Claparède. A inclusão da arte na escola primária foi discutida de maneira acirrada, não como disciplina a ser ensinada, mas como forma de expressão. Entretanto, por questões políticas, esse movimento foi sendo diluído. É desse período a introdução do ensino de música na escola regular que, até então, usava o método do canto orfeônico idealizado por Heitor Villa–Lobos.

Opondo–se ao Canto Orfeônico, a Educação Musical, com método oriundo da Europa, utilizava–se da experimentação, improvisação e criação de sons. Após 1948, sob forte influência de teóricos como Herbert Read e Viktor Lowenfeld, houve a proposta de uma Educação pela Arte, vista como processo criador. Ainda no final da década iniciada em 1940, surgiu no Brasil o Movimento das Escolinhas de Arte, talvez o mais fecundo em termos de ensino da Arte realizado no Brasil. Foi idealizado por Augusto Rodrigues, iniciado nos corredores da Biblioteca Castro Alves, e denominado espontaneamente pelas crianças como Escolinha. A finalidade desse movimento era a de desenvolver a capacidade criadora da criança, visando ao seu desenvolvimento estético. No início da década de 1950, sob a influência da modernização do teatro brasileiro, foi criada a Escola de Arte Dramática (EAD) em São Paulo, objetivando proporcionar uma formação sistemática do ator, pois anteriormente esse tipo de atividade era informalmente desenvolvido no interior de companhias profissionais.

A década iniciada em 1960 foi marcada pela livre expressão, porém, omitindo a característica da originalidade pensada por Mário de Andrade visto que a interferência do professor como mediador do conteúdo era considerada como negativa ao desenvolvimento da criatividade infantil. Ainda sob essa influência, em 1971, com a Lei 5692, o ensino de Arte em todo o território nacional passou a ser obrigatório, apesar de não haver uma escola superior que formasse o profissional para ministrar a disciplina. Os únicos professores de Arte existentes eram aqueles formados pelas Escolinhas de Arte que tinham como característica a formação polivalente do professor, capacitando– o a ministrar aulas de artes plásticas, artes cênicas, desenho e música. Como reflexo desse processo, e após anos de experiências e pesquisas comprovando o fracasso desse tipo de organização escolar–afinal, é raro o professor com domínio nas várias linguagens artísticas – atualmente a formação de professores de arte, no âmbito dos cursos universitários, prevê o profissional específico para cada linguagem artística. Entretanto surge uma contradição com as políticas implementadas pelas instituições responsáveis pelo ensino público, pois enquanto as universidades formam professores especializados em cada linguagem artística, o ensino público demanda professores polivalentes que trabalhem simultaneamente com todas as artes. A demanda, na prática pedagógica, é uma dispersão que poderia ser sanada a partir de um trabalho integrado de professores de diferentes artes, uma prática interdisciplinar não permitida pela realidade educacional que quer o professor concentrado em seu campo de conteúdos a partir da área de formação, apenas transitando de forma cuidadosa e segura nas outras linguagens artísticas, para não fazer de suas aulas meras tentativas superficiais, sem um aprofundamento consistente.

Nesse mesmo período, em decorrência da mesma lei, as disciplinas Desenho Geométrico e Educação Musical foram tiradas do currículo. De lá para cá, a Música tem sido ministrada em algumas escolas, mas de maneira solitária. O ensino mais efetivo do exercício musical e a conseqüente sensibilização das pessoas para a importância do mundo sonoro que nos cerca passou a ser privilégio de algumas pessoas com condições financeiras e predisposição para freqüentar escolas específicas. Uma geração inteira formou - se sem ter sido despertada para a significação que possui o som em suas vidas.

Embora a citada lei enfatizasse o processo expressivo e criativo dos alunos, em si ela tornou–se mais tecnicista. Os programas eram inadequados e quase sempre enfatizavam o uso da técnica pela técnica, sequer percebendo a dimensão própria da arte. Em conseqüência desse período entre pedagogia novista e tecnicista, no final da década iniciada em 1970 surgiu o movimento de Arte–Educação, com o objetivo de repensar a função da arte na escola e na vida das pessoas. Os professores sentiam–se confusos com relação aos rumos do ensino de Arte, percebendo a importância de juntar forças para discussões, estudos, pesquisas e novas ações. Estava surgindo uma consciência mais reflexiva sobre o encaminhamento filosófico/metodológico para o ensino de Arte.

Assim, na década iniciada em 1980, as associações de professores em vários estados brasileiros estruturaram–se, criando a Federação das Associações de Arte–Educadores do Brasil–FAEB -, movimento que, paralelo às aberrações na legislação oficial, ativou acirradas discussões sobre o ensino de Arte. Organizaram–se eventos que chegaram a reunir até 2700 professores. Muito se discutiu, muito se trabalhou para uma melhoria da qualidade do ensino de arte. Entretanto vemos ainda uma realidade educacional que se vem arrastando, com visões distorcidas e práticas inconscientes. Segundo BARBOSA ( 1991), nessa mesma década, mais especialmente no ano de 1986, com a aprovação da reformulação do currículo comum, criou–se uma situação estranha, pois a área de comunicação e expressão, apesar de exigida, deixa de ser básica.

Em 1988, uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação começou a ser discutida na Câmara e no Senado, ora contemplando devidamente, ora excluindo o ensino da Arte enquanto disciplina obrigatória, o que demandou movimentos dos professores no sentido de demonstrar aos parlamentares que o ensino de Arte é investigação dos modos como se aprende Arte nas escolas, nos museus, nas ruas, nas universidades e na intimidade dos ateliês. Na década iniciada em 1990, a permanência ou não da obrigatoriedade da disciplina tornou–se, outra vez, polêmica nacional, nos trâmites da LDB. Devido ao intenso movimento dos professores, de norte a sul do país, visando a mostrar que arte é conhecimento e que possui um campo teórico específico, conquistou–se a inclusão, no corpo de lei, da obrigatoriedade da disciplina em níveis de ensino.

Paralelamente a toda essa questão, houve avanços em termos teórico–metodológicos em se tratando do ensino de Arte. Cursos em nível de pós–graduação crescem no Brasil, com um número maior de pessoas refletindo sobre a Arte e seu ensino. Duas grandes tendências, não excludentes, têm sido motivo de reflexões e geradoras de bons resultados: de um lado, uma que trata de estética do cotidiano, como forma de melhor apreensão da realidade por meio da alfabetização estática; de outro lado, uma postura pedagógico cultural, na qual a leitura, a produção artística e a contextualização são áreas de conhecimento que fundamentam a compreensão histórico-cultural dos alunos.

Essa tendência, que no Brasil recebe o nome de Metodologia Triangular, é uma adaptação do DISCIPLIN BASIC ART EDUCATION/DBAE, desenvolvida no EUA pela Getty Foundation, que muito contribuiu, nos setores de arte–educação dos museus da Arte contemporânea. Sabe–se que muito já se avançou e caminha-se a passos largos para reflexões cada vez mais consistentes sobre a arte e o seu ensino com a busca de novas metodologias de ensino e aprendizagem. A arte, hoje, é compreendida como patrimônio cultural da humanidade.

***pesquisa feita por Jaque Dias

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Art Deco: Exposição de 1925 e princípios formais.


Hoje quando vi este artigo no Globo me deu vontade de revisitar meus escritos sobre o Art Deco ..... aí vão alguns apontamentos. Espero que gostem !

A denominação Art Deco deriva do nome por extenso da Exposição de Artes Decorativas e Industriais Modernas, que ocorreu em Paris, de abril a outubro no ano de 1925, que propiciou ao movimento nome e notoriedade, pois seus primeiros passos datam do início do século XX, em torno do ano de 1909.
Podemos dizer que a deflagração do Art Deco se dá tardiamente, porque a Exposição foi idealizada em 1907, proposta para 1915 e por causa de uma situação conturbada no período que antecedeu a Primeira Guerra, foi suspensa, porém a Exposição não foi um fenômeno anacrônico, pois foi a síntese e a avaliação destes decênios: visto que por um lado, a indústria foi catapultada passando a ter índices bastante altos de produtividade e, por outro, a guerra acabou com toda a pompa da Belle Epoque. Era inacreditável, portanto, algo novo que reconciliasse arte e indústria, todavia a Expo refletia um mundo que não ousava fazer escolhas.
A Exposição representou uma avaliação do que surgia como propostas até então, bem como uma releitura do passado próximo, assim como ocorreu com a Exposição Universal de 1900, que foi o triunfo do caracol, do retorcido e do ornamento. A inauguração em abril de 1925 é um verdadeiro tour de force, contava com 150 pavilhões no centro de Paris entre a Praça da Concordia e a Torre Eiffel, onde se davam shows de moda, mostras fotográficas, além de exibições de filmes, música e dança. Estavam aí representados  a maioria dos países do oeste europeu somados a União Soviética e Japão. Os Estados Unidos estava ausente, o Secretário de Comércio declinou ao convite feito pelos organizadores do evento com a desculpa de que não preenchia um dos quesitos estipulados: tudo o que estivesse em exibição teria que ser moderno. Entretanto, enviou a Exposição uma delegação de mais de 100 industriais e atistas americanos, e um número significativo de turistas provenientes deste país visitaram-na durante os 6 meses de sua existência[1].
A Exposição, como síntese, tem carater interessante, uma vez que nem tudo o que ali se encontrava possuía linguagem Deco, o que se via era, justamente, o espaço da contradição, perpassava uma não definição entre duas culturas, uma presa a tradição do século XIX, a outra envolvida com a segunda Revolução Industrial. Os organizadores da Exposição, por sua vez, estipularam que todo e qualquer objeto exposto deveria mostrar uma inspiração moderna, entendo como moderna aquilo que o novo e a originalidade.
O melhor exemplo deste estranhamento é a própria presença de Le Corbusier neste evento defendendo sua posição no que diz respeito a decoração: “arte decorativa é um termo vago e impreciso ...”[2] ou ainda “o estilo é uma mentira, é necessário deixar de lado toda a artificialidade do decorativismo em favor de uma honestidade funcional”[3] ou mesmo propondo a casa como a máquina de morar. Os organizadores não aceitaram sua proposta de imediato: a criação do Pavilhão do Espírito novo como um forum de debates, no qual se discutiriam os últimos conceitos e idéias sobre arquitetura. A arquitetura do Pavilhão é uma composição assimétrica com cheios e vazios, cujas superfícies equilibram pintura em alvenaria e grandes vãos de janelas fechados por panos de vidro e a cobertura como elemento compositivo pouco privilegiado.
Interessa relacionar outras propostas da Expo a fim de evidenciar paradoxos existentes: o Cubismo veio associado aos estrangeiros, inclusive por ondem oficial, os painéis de Fernand Leger e Robert Delaunay (artistas cubistas franceses) foram removidos do hall da Embaixada Francesa. Theo Van Doesburg protestou junto ao governo holandes a ausência da produção dos designers e artistas do grupo DE Stijl no Pavilhão da Holanda, porém as idéias dos mesmos e da Bauhaus estavam apresentadas (e defendidas) no Pavilhão do Espírito Novo. A então recente União Soviética radicaliza a começar pela própria arquitetura do Pavilhão projetado por Melnikov e ainda a presença de Alexandre Rodchenko, Vladimir Tatlin, o Construtivismo e o Suprematismo[4]. Os críticos foram, frontalmente contra os trabalhos e consideraram uma dilapidação da tradição, porém aquele Pavilhão ao lado do Pavilhão do Espírito Novo, e mesmo o Pavilhão de Turismo de Mallet-Stevens foram dos raros rebatimentos modernos ou modernistas, apesar das diferenças existentes entre eles.
Diante desses exemplos nos vem a perplexidade ao perceber, com total transparência, a dificuldade de enxergar o “novo”, não só pelo fruidor leigo, o que é natural por todas as conjunturas sociais e culturais, mas também pelo profissional – o crítico de arte. Esta questão não é original ao contrário, se torna uma constante, principalmente a partir da Revolução Industrial. E o Art Deco, em certo sentido, não trava polêmicas, vem confortar alguns espíritos.
Existem, todavia, várias visões ou versões do Art Deco, tanto no sentido formal como em sua ideologia. A produção de um modo geral é tratada de modo pejorativo ou menor por alguns estudiosos. Gunter Weimer[5] por exemplo, coloca que “Quanto a um pretenso estilo art deco, não passou de um modismo passageiro que nem sequer aspirou a se apresentar como uma coerência formal ...”.
Ba bibliografia levantada percebemos duas posturas: a primeira dos autores franceses que alçam o Deco como um produto erudito, onde as propostas nascem naturalmente de Mackintosh, da Secessão Vienense, da Bauhaus e da Wierner Werskstatte, portanto tem relações diretas com ideais da produção denominada intelectual, incluindo a cidade de Viena como o estágio inicial do Deco.
Esses franceses, igualmente vêem na assimilação do modelo pelos americanos como o momento de banalização, uma vez que consideram que o Deco vai de forma gradual perdendo sua força e encontra seu último lugar de refúgio: os cinemas. Exemplifica-se esta passagem com a réplica do Pavilhão de Turismo (original de Mallet-Stevens) e outros tantos edifícios seguindo esta linguagem erguidos no centro-oeste dos Estados Unidos, o que foi denominado por Boullion de ill copies[6].
Os autores americanos, por sua vez, quase que em uníssono, fazem um discurso de glorificação ao Art Deco, aos arranha-céus, aos cinemas, à Hollywood. As origens do processo, Paris, A Expo de 1925 e a Europa como um todo, estão presentes nos textos, muito embora haja uma repetição de conteúdos na maioria deles, ou seja, estes pontos não são questionados e se restringem a um terço da abordagem integral.
Mediante essas constatações, verificamos onde as dificuldades se iniciam, quando o tema é Art Deco. Somos cônsciosque o estilo é ancorado na high culture, no sentido de que os primeiros artistas e arquitetos, pelo menos os digno de nota, fizeram uma leitura crítica do que se passava em Viena, Alemanha, e apreenderam os modelos experimentados nestes países e decodificaram de maneira diversa, apostando na contemporaneidade, logo, não cremos em pontos de partida e sim na liberdade de escolha.
O Deco não foi somente um caso de interpretações de velhas idéias de uma nova maneira. Acreditamos em uma proposta com projeto coerente e pertinente a um tempo e com código próprio. A grande qualidade do Art Deco é a tentativa de conhecimento e a consciência que este período tem de si mesmo. É por vezes, anunciado como o último dos estilos, contudo mais acertadamente, é um estilo de massa, o estilo da inclusãoque encontra audiência na classe consumidora. Sua flexibilidade em todos os níveisnão fez com que perdesse sua identidade. E diante do exposto, confirmamos sua potência de reflexão sobre o fato e sua crença, real ou virtual, na modernidade.


[1] Cf ALBRETCH, Donald. Desining Dreams – Modern Architecture in the Movies. New York: Harper in collaboration with the Museum of Modern Art, 1986, p.3
[2] cf. BRUNHAMMER, Yvonne. Op.cit, p.18
[3] WIRZ, H e STRINER, R. Washington Art Deco. Washington DC: Smithsonian Instituin Press, 1984.p 19
[4] Klein, Dan, MC CLELLAND, Nancy A. e HASLAM, Malcolm. In the Deco Style. London: Thames & Hudson Ltda, 1987. p 108
[5] WEIMER, Gunter. O “Estilo” Art Deco. IN: Revista Projeto 151, pp 71-73
[6] BOULLION, Jean Paul..Op.cit. p.249

domingo, 28 de abril de 2013

Sobre o HUMANISMO


O século XVI, econômica e politicamente, caracterizou-se por seu aspecto revolucionário, cujos reflexos se expandiram no pensamento e na estética. Em consequência, surgiu uma nova visão do homem. A exaltação do valor humano, como meio e finalidade, fundamentou o chamado Humanismo Renascentista, que perseguida o ideal de reviver a Antigüida­de clássica, considerada um modelo uniforme.
Embora os humanistas julgassem os séculos que os prece­deram obscuros e bárbaros, é necessário lembrar que o hu­manismo percorreu caminhos inovadores e fecundos, calcados no passado medieval. Portanto a revolução espiritual e artística do século XVI apoiou-se, sem dúvida, em realizões anteriores.

1. O Humanismo
Fala-se em humanismo sempre que o valor fundamental de uma doutrina é a pessoa humana, o sentimento, a origina­lidade e a superioridade do homem sobre as forças obscuras da natureza.
Essa palavra, entretanto, possuí uma conotação históri­ca, localizada no tempo e no espaço: designa um movimento estético, filosófico e religioso que, preparado pelas correntes do pensamento medieval, surgiu na Itália no século XV e di­fundiu-se através da Europa no século XVI, caracterizando-se por um esforço em avaliar o homem em sua essência, pro­pondo uma arte de vida em que ele se perpetuasse.

2. Os Fundamentos do Humanismo
O humanismo fundamentou-se inicialmente na herança medieval, mesmo contrapondo-se ao sistema existente. Assim, através dos tempos, a Sagrada Escritura forneceu aos homens uma cosmologia, uma história, uma moral e uma finalidade existencial, enquanto a Idade Média edificara uma filosofia de início submissa à teologia, mas tendendo progressivamente a explicar sobretudo os pontos em que a Bíblia não mais satis­fazia a curiosidade do espírito humano. Criou-se então uma ciência que permitiu ao homem compreender o mundo para tentar dominá-lo.
A filosofia e a ciência baseavam-se em Aristóteles, conheci­do integralmente a partir do século XIII, por intermédio de tra­dutores e comentadores árabes e judeus. Através de tradu­ções, conheceu-se uma lógica, um modo racional, uma concep­ção do conhecimento e um corpo científico.
Tomás de Aquino, frente a um pensamento tão completo e totalmente estranho ao cristianismo, introduziu uma solução global, proclamando a unidade profunda da verdade através do acordo da fé com a razão. Contudo, no fim do século XV, apenas alguns pensadores defendiam o tomismo, pois o nominaIismo de Guilherme D'Occam (1280-1349) passara a dominar os ensinamentos universitários. Para D'Occam, as verdades da fé não comportavam uma análise racional, enquanto a razão, a partir das aparências sensíveis, podia elaborar uma ciência pu­ramente experimental, que nada devia à Escritura. Esse conhe­cimento individualizava os conceitos que os homens usavam para designar as espécies.
Esse divórcio entre a fé e a razão trouxe inúmeras conse­quências nos domínios religioso, filosófico e científico, configu­rando a crise do pensamento medieval, a qual explica a hostili­dade dos humanistas à Escolástica e o sucesso dos novos pen­samentos.
A fonte mais viva do humanismo talvez seja a redescober­ta da Antiguidade. Embora a Idade Média não ignorasse tal período, via-o de modo truncado e deformado. Truncado, por­que não conhecia a maior parte da literatura grega, senão através das análises latinas (por exemplo, Homero, através de Virgílio, ou os estóicos, através de Cícero). Deformado, por aquelas obras satisfazerem apenas politicamente as instituições do Estado Romano.

3. A Filosofia Humanista
Com a revelação da filosofia de Platão, avaliaram-se nova­mente as doutrinas de Aristóteles. Averróis (1126-1189) pro­pôs uma nova interpretação de Aristóteles: a separação total da filosofia e da fé. Em Pádua, Pietro Pompanazzi (1462-1525) fundamentou a doutrina filosófica naturalista. Outros pensadores da Pádua continuaram seus ensinamentos, que in­troduziram no universo um estrito determinismo, não cedendo lugar à intervenção divina. O averroísmo paduano foi bastante importante durante todo o século, influenciando desde Rabelais a Copérnico.
Entretanto a verdadeira filosofia humanista, impregnada pelo pensamento de Platão, consolidou-se com Marsilo Ficino (1433-1499), protegido por mecenas como Cosme e Lourenço, o Magnífico. Ficino escreveu a Teologia Platônica, em que criou uma ontologia para o neoplatonismo: "Deus é o ser de que emanam todos os outros seres, hierarquizados segundo suas ordens de pureza. As almas austrais e anjos são puras criaturas celestiais, imortais e perfeitas, que asseguram a marcha que compõe o universo incorruptível. Em contraposição, encon­tra-se o universo material, composto por criaturas e idéias próximas de Deus, que necessitam de formas sensíveis para exis­tir, mas estas formas não são mais que traduções imperfeitas e corruptíveis dos arquétipos divinos". Em síntese, no centro do cosmos, o homem era alma imortal, imagem de Deus, criatura privilegiada entre todas, embora sendo material. Sua vocação para o conhecimento ultrapassava o mundo das aparências sen­síveis e atingia as idéias, que lhe permitiam alcançar Deus.
Porém o homem podia assemelhar-se a Deus, primeira­mente, e depois identificar-se com ele, se Deus o quisesse, pela criação. O homem era, como Deus, um artista universal. O "homem viu bem a ordem dos céus, a origem dos seus movimentos, sua progressão, sua distância e sua ação. Quem poderia, portanto, negar que ele possui o próprio gênio do criador e que seria capaz de moldar os céus, se tivesse os instrumentos e a matéria celeste? O homem é o Deus de todos os seres materiais que ele trata, modifica e transforma". (MOUSNIER, Roland. História Geral das Civilizações. São Paulo, Difel, v. 9, p. 22)
Essa filosofia, profundamente idealista, baseada na procu­ra do divino, caracterizou o pensamento dos humanistas ita­lianos no fim do século XV e início do século XVI.

4. A Difusão do Pensamento Humanista
As idéias humanistas, apesar das fronteiras e dos conflitos europeus, propagaram-se e, se não atingiram profundamente grande parte dos homens, difundiram-se pela elite intelectual.
imprensa adquiriu um papel importante nesse sentido. A fundação da oficina de Gutemberg, em 1348, e a invenção de tipos móveis criaram as técnicas necessárias à impressão. Os manuscritos dos primeiros livros humanistas foram larga­mente difundidos. Nos séculos XV e XVI, multiplicaram-se consideravelmente os centros impressores na Europa, geran­do a maior circulação de obras antigas e contemporâneas, que se tornaram veículos fundamentais das idéias huma­nistas. Ainda se deve considerar a importância das relações permanentes feitas através das viagens e das correspondên­cias, como a de Erasmo na Itália e na Inglaterra.

5. As Propostas Humanistas
O humanismo propôs uma estética em que a contempla­ção da beleza era o meio superior do conhecimento real. Este, belo, harmonioso e equilibrado, aproximava-se do divino. De todas as belezas naturais, o belo humano era o elemento mais próximo do ideal estético. Estudando o corpo humano, ima­gem reduzida do mundo e imagem de Deus, descrevendo os sentimentos e as paixões humanas, o artista dava o melhor de seus sentidos, considerando as obras da antiguidade incompa-ráveis modelos. Essa postura permitiu à arte traduzir os gran­des mitos que simbolizavam o destino humano, fosse profano ou santo.
No início, o humanismo voltava-se mais para a literatura; posteriormente passou a influenciar as artes figurativas. A arquitetura traduziu a ordem natural, a harmonia das "divi­nas proporções" e o equilíbrio das massas. A escultura imor­talizou o corpo humano, na sua nudez. Mas foi a pintura, ocu­pando destacada posição, que recriou a natureza, pois, ao retratar o homem numa infinidade de situações e sentimentos, fixou os grandes momentos da humanidade. Toda a Renas­cença estruturou-se no idealismo estético.
Tendo revolucionado os antigos conceitos, o humanismo propôs ainda as bases de um novo método científico que esti­mulou o progresso do conhecimento. Em conseqüência das in­fluências de Pitágoras, Nicolau Cues (1401-1464) lançou a ba­se do conhecimento matemático, e Leonardo da Vinci, um sé­culo antes de Galileu, constatou que "O universo esconde em suas aparências uma espécie de matemática real". A geometria enriqueceu-se com a trigonometria, já que as exigências do co­mércio provocaram uma alteração nos métodos de cálculo. A álgebra progrediu igualmente.
Graças aos progressos matemáticos, a astronomia reno­vou-se. O movimento dos astros contestou o geocentrismo, afirmado por Ptolomeu e pela Escritura. Nicolau Copérnico (1473-1543), baseado em antigos astrônomos, elaborou a revolucionária teoria do heliocentrismo, proposta em sua obra Revolução na Órbita Celeste. "Em torno do Sol, centro do uni­verso, giram as esferas celestes, entre as quais a Terra".
física ainda estava submetida aos conceitos de Aris­tóteles. Contudo vários trabalhos, entre os quais os de Leo­nardo da Vinci, formalizaram o conhecimento das soluções dos problemas de força, balística e dinâmica dos fluidos, sem entretanto, configurarem uma teoria.
Esses conhecimentos, que enriqueceram o corpo científi­co, ligam-se intimamente ao grande século das ciências (XVII), em que se destacaram Galileu e Descartes.
Portanto, se a arte foi o meio de se conhecerem os misté­rios da natureza, a ciência tornou-se seu instrumento.

6. A Ética
O homem, por ser o centro da reflexão humanista, elabo­rou uma ética individual e social.
A moral humanista individual repousava sobre o otimisto: criatura priviliegiada, o homem era naturalmente bom e estava próximo ao plano divino. Embora essa doutrina se chocasse com a do pecado original, afirmava que a razão humana, Ins­truída pela filosofia e sustentada pela graça divina, possibilitava a todos a ordem da harmonia da natureza. Assim, a moral individual era o respeito do homem por si mesmo e sua obediência às aspirações naturais e boas que descobria em seu interior.
No plano coletivo e social, essa moral individual preserva­va a liberdade e tudo aquilo que permitisse ao homem uma es­colha racional do bem. Erasmo e Rabelais, nos seus escritos políticos, elaboraram a maneira de governar segundo esta con­cepção: "O bom príncipe deve se valer do bem comum, deve respeitar os direitos de cada um, deve fazer reinar a paz, re­nunciar às conquistas ambiciosas, lutar contra o luxo e proteger os pobres".
Thomas More foi mais longe ao descrever, em sua obra Utopia (1516), uma sociedade ideal. Condenando o absolutismo, por reduzir a liberdade natural dos homens, os privilégios, por estimularem o espírito de proveito, e o poder do dinheiro, concluiu: "Onde a propriedade é um direito individual, todas as coisas se medem pelo dinheiro, não se poderá jamais organizar a justiça e a prosperidade social".
O humanismo também inspirou o pensamento realista de Nicolau Maquiavel (1469-1527). Em sua obra O Príncipe (1513), contrariando teorias políticas medievais, ele estabele­ceu o pricípio da autoridade, de sua aquisição e conservação, propondo a noção de poder legítimo: "O poder deve ser toma­do pela força, criado pelo direito. Para guardar o seu trono, o príncipe deve criar barreiras, inspirar a estabilidade, eliminar seus inimigos potenciais e sacrificar aqueles que se tornam in­submissos. A razão do Estado é o único motor da ação políti­ca". (M0USN1ER, Roland. A História Geral das Civilizações. v. 9, p. 49). Aqui a ética da liberdade individual proposta pelo humanismo termina em alienação coletiva.
Assim, além de o humanismo construir para o homem o ideal do belo, deu-lhe regras para a vida, meios para dominar o cosmos e ainda estruturou uma teologia. Os humanistas estudaram os manuscritos, compararam-nos e criticaram-nos, retornando ao grego e ao hebreu, para organizar novas ver­sões dos santos textos e novas traduções.
Os humanistas abordaram ainda os mistérios divinos so­bre a Trindade e a encarnação, indiferentes às formas dogmá­ticas. Erasmo, Rabelais e More propuseram que apenas alguns dos dogmas contidos na Escritura bastariam à religião. O resto a construção humana dominava.
Todos esses pensadores consideraram a Igreja uma insti­tuição aceita por Deus para ajudar os homens na salvação, servindo-lhes como exemplo e nunca como punição. Além disso, rejeitaram as supertições, as obrigações tradicionais, aceitando apenas o papel moralista da Igreja, fundado sobre a fé nas mensagens do Evangelho.

Por: Fernando Vinicius B. Silva

terça-feira, 9 de abril de 2013

IDADE MÉDIA




As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.
Organização 
Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.   
Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas.
Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos. 
Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação. 
Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. 
Relação de todas as Cruzadas Medievais:
- Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096)
- Primeira Cruzada (1096 a 1099)
- Cruzada de 1101
- Segunda Cruzada (1147 a 1149)
- Terceira Cruzada (1189 a 1192)
- Quarta Cruzada (1202 a 1204)
- Cruzada Albigense (1209 a 1244)
- Cruzada das Crianças (1212)
- Quinta Cruzada (1217 a 1221)
- Sexta Cruzada (1228 a 1229)
- Sétima Cruzada (1248 a 1250)
- Cruzada dos Pastores (1251 a 1320)
- Oitava Cruzada (1270)
- Nona Cruzada (1271 a 1272)
- Cruzadas do Norte (1193 a 1316)
Consequências 
Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.
Não podemos deixar de lembrar que as Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso entre os integrantes destas duas religiões continuou. 
Já no aspecto cultural, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as guerras e grandes feitos heróicos. Muitos contos de cavalaria tiveram como tema principal estes conflitos.
Curiosidade:
- A expressão "Cruzada" não era conhecida nem mesmo foi usada durante o período dos conflitos. Na Europa, eram usados termos como, por exemplo "Guerra Santa" e Peregrinação para fazerem referência ao movimento de tentativa de tomar a "terra santa" dos muçulmanos.

Introdução 
O feudalismo tem inicio com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa). As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos. 
Estrutura Política do Feudalismo 
Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.
Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).
Sociedade feudal 
A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

Economia feudal
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudoera a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.

As Guerras 
A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. O residência dos nobres eram castelos fortificados, projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.
Educação, artes e cultura
A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.
Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.
O fim do feudalismo
O feudalismo não terminou de uma hora para outra, ou seja, de forma repentina. Ele foi aos poucos se enfraquecendo e sendo substituído pelo sistema capitalista. Podemos dizer o feudalismo começou a entrar em crise, em algumas regiões da Europa, já no século XII, com várias mudanças sociais, políticas e econômicas. O renascimento comercial, por exemplo, teve um grande papel na transição do feudalismo para o capitalismo.

Guildas  / Corporações de Ofício http://www.infoescola.com/idade-media/guildas/

Recebiam o nome de guildas ou corporações de ofício  as associações formadas por artesãos profissionais e independentes, em igualdade de condições, surgidas na Baixa Idade Média  (séculos XII ao XV) destinadas a proteger os seus interesses e manter os privilégios conquistados. Outras guildas, sem relevância econômica, tinham caráter religioso, beneficente ou de lazer. Além das guildas, existiam também as hansas, associações de comerciantes que dominavam determinados segmentos do mercado.
Seu desenvolvimento está ligado ao processo de renascimento comercial e urbano que ocorreu no mesmo período. A produção artesanal vinha acompanhando de perto o crescimento do comércio, acarretando o aumento gradual da produção. As cidades se enchiam de comerciantes e artesãos, e para defender seus direitos e interesses, essas duas categorias começaram a ser organizar em corporações.
Os regulamentos da corporação se concentravam em controlar a qualidade e a técnica da manufatura, e para manter o seu funcionamento, os trabalhadores associados eram obrigados a pagar uma determinada quantia regularmente. Havia um estatuto de técnicas a se utilizar e o trabalho era realizado em oficinas individuais, e caso houvesse um profissional que não estivesse ligado à sua respectiva corporação, este corria o risco de perder seu negócio e ser expulso da cidade. As guildas cobriam praticamente todas as atividades profissionais da época. Assim, haviam guildas de alfaiates, sapateiros, ferreiros, artesãos, comerciantes, artistas plásticos entre várias outras.
Ao mesmo tempo em que os profissionais passam a se organizar nestes grupos, eles vão estabelecendo uma hierarquia em meio à produção artesanal na medida em que surgiam novos profissionais. No topo de tal hierarquia encontramos o mestre artesão ou mestre de ofício, que era o proprietário de tudo, ferramentas, matéria-prima, bem como o produto final. O mestre dominava todo o processo de produção, era responsável por contratar trabalhadores e estabelecia os salários, algo similar ao gerente de uma fábrica atual.
Logo abaixo do mestre estavam os oficiais ou companheiros, que eram os trabalhadores contratados mediante salário, e depois deste, estava o aprendiz, na base da escala, que estava trabalhando com o intuito de aprender o ofício. Como consequencia, não eram pagos e sofriam muito abuso.
O surgimento das guildas significou uma mudança radical no funcionamento da economia europeia, pois, essas associações organizaram e regulamentaram o trabalho, valorizando as atividades manuais e o próprio trabalhador, que passou a gozar de maior proteção. Ao mesmo tempo, o processo produtivo e a oferta de trabalho ficou concentrada nas mãos daqueles que tinham proeminência em meio às suas corporações.
Estas associações também tiveram certa importância na América, durante os primeiros tempos da colonização. Algumas delas tornaram-se importantes na Cidade do México e em Lima.

Bibliografia: HAUSER, Arnold. Hist?ria Social da Arte e da Cultura. Vol.I. Jornal do F?ro. Lisboa,1954. Disponível em <http://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/lodges.html>. Acesso em: 11 ago. 2012.

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DATA DA PESQUISA: 25 de março de 2012.